Como a Terapia TRG pode ajudar na Gastrite
- atendimentokarolid
- 3 de out.
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Quando o Estômago Grita: Entendendo a Gastrite Psicossomática e a Ligação Mente-Corpo
É muito comum ouvirmos o termo popular "gastrite nervosa". Embora a medicina prefira chamar de Dispepsia Funcional ou reconhecer a forte componente psicossomática na doença, a verdade é que o estresse, a ansiedade e as emoções reprimidas têm um poder imenso sobre o nosso sistema digestivo, podendo ser a chave para entender aquela dor persistente no estômago.
Este artigo explora como o sofrimento mental se manifesta fisicamente na forma de sintomas gástricos e o que você pode fazer para tratar a raiz do problema.
A Fisiologia da Resposta ao Estresse no Estômago
A conexão entre a mente e o intestino é mediada pelo eixo cérebro-intestino, um sistema de comunicação bidirecional que liga o Sistema Nervoso Central (SNC) ao Sistema Nervoso Entérico (SNE), que reveste o trato gastrointestinal.
Quando você enfrenta uma situação de estresse crônico ou ansiedade elevada, o corpo entra no modo "luta ou fuga". Isso desencadeia a liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina. No estômago, essa resposta pode levar a três consequências principais que promovem a inflamação e a dor:
Hipersecreção Ácida: O aumento da atividade nervosa simpática estimula as células do estômago a produzir mais ácido clorídrico. Um excesso de ácido pode irritar e, em alguns casos, corroer a mucosa gástrica, simulando ou agravando um quadro de gastrite (inflamação).
Redução da Proteção: O estresse pode diminuir a produção de muco protetor e comprometer o fluxo sanguíneo para a mucosa, tornando-a mais vulnerável à agressão do próprio ácido gástrico.
Hipersensibilidade Visceral: A ansiedade pode alterar a percepção da dor. O que seria um desconforto digestivo normal passa a ser interpretado pelo cérebro como uma dor intensa e persistente—o estômago fica hipersensível.
É importante ressaltar: em muitos casos, o estresse não é a única causa da gastrite (que pode ser causada pela bactéria H. pylori ou pelo uso de medicamentos), mas é um fator agravante poderoso que sabota qualquer tentativa de melhora.
Reconhecendo os Sinais de que Seu Estômago Está Cansado
A gastrite de fundo emocional (ou dispepsia funcional com forte componente emocional) costuma apresentar sintomas que se correlacionam com períodos de maior pressão psicológica. Preste atenção se seus sintomas incluem:
Queimação ou Dor Epigástrica (na “boca do estômago”) que tende a ser mais intensa em períodos de trabalho, preocupação ou após discussões.
Sensação de Empachamento (estômago cheio) ou saciedade precoce, mesmo após refeições pequenas.
Azia e refluxo que parecem não ceder totalmente apenas com antiácidos.
Melhora notável dos sintomas quando você está em um ambiente relaxado ou de férias.
Abordagem Terapêutica Integrada: Cuidando do Corpo e da Mente
O tratamento eficaz da gastrite psicossomática é necessariamente multidisciplinar. Não basta apenas medicar o estômago; é preciso "medicar" a mente.
Avaliação Médica Completa: O primeiro passo é sempre consultar um Gastroenterologista para realizar o diagnóstico diferencial, descartar a presença de H. pylori e outras patologias graves e iniciar a proteção da mucosa gástrica, se necessário.
Psicoterapia: A Terapia TRG ajudará o paciente a identificar os gatilhos emocionais, a desenvolver estratégias para gerenciar o estresse e a externalizar emoções (como raiva ou tristeza) que, quando reprimidas, podem estar sendo somatizadas no estômago.
Técnicas de Relaxamento: A prática regular de meditação (mindfulness), ioga e exercícios de respiração profunda comprovadamente acalma o sistema nervoso parassimpático, o que, por sua vez, reduz a hipersecreção ácida e a sensibilidade visceral.
Ajustes no Estilo de Vida: Manter uma rotina de sono regular, praticar atividade física (um excelente "válvula de escape" para o estresse) e adotar uma alimentação anti-inflamatória e leve são fundamentais para dar ao estômago as condições ideais para a recuperação.
Seu estômago é um poderoso sinalizador do seu bem-estar emocional. Aprender a ouvi-lo é o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e menos dolorosa. Não ignore os sinais de que sua mente precisa de atenção!
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Referências Bibliográficas
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FELDMAN, M.; FRIEDMAN, L. S.; BRANDT, L. J. Sleisenger and Fordtran's Gastrointestinal and Liver Disease: Pathophysiology, Diagnosis, Management. 10. ed. Saunders, 2014. (Obra de referência em Gastroenterologia que aborda as disfunções gastrointestinais e a dispepsia funcional).
MAYUMI, M. Z. et al. Efeitos psicossomáticos em estudantes durante a educação superior: algumas inquietações. Editora Omnis Scientia, 2021. (Estudo que aborda a relação entre estresse, ansiedade e desconfortos gástricos em populações sob pressão).
ANTUNES, M. O. et al. Ansiedade e estresse em indivíduos diagnosticado com gastrite. Revista Bio Norte, v. 4, n. 1, fev. 2015. (Pesquisa que avalia a associação significativa entre estresse e ansiedade com a gastrite).
BRASIL. Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Estresse pode causar problemas gastrointestinais. (Artigos e materiais da FBG que reforçam a ligação do estresse com a disfunção do eixo cérebro-intestino).




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